Seja assertivo na sua escolha

Existem diversos aspectos a serem considerados pelo produtor na escolha da fonte adequada à nutrição das plantas dentre todas as opções de produtos existentes no mercado. Pensando nisso e no intuito de esclarecer tais aspectos, neste conteúdo falaremos sobre as principais características a serem compreendidas e que nos auxiliam na assertividade durante a avaliação e escolha do produto para nutrição das plantas, seja para aplicação no solo, via água (fertirrigação ou hidroponia) ou via foliar.

Os tipos de fontes em nutrição vegetal podem diferir-se pela sua forma de aplicação como também pela sua composição em nutrientes. Por forma de aplicação para as plantas, encontramos basicamente três tipos de fontes:

Ao total são 14 diferentes nutrientes essenciais ao desenvolvimento vegetal (N, P, K, Ca, Mg, S, B, Fe, Zn, Cu, Mo, Mn, Ni e Cl), os quais por meio das suas respectivas matérias-primas de origem compõem o que caracterizamos por fontes em nutrição. Essas por sua vez, se apresentam em diferentes formulações (proporções em nutrientes), formas físicas de matéria (que podem variar desde partículas sólidas, que são os grânulos, até versões em pó, e preparações na forma líquida) e com diferentes graus de solubilidade em água. Assim sendo, cada tipo de fonte nutricional levada às suas particularidades especificas físico-químicas, possui características que são fundamentais para conscientização do produtor rural.

Ao elaborar o programa de nutrição para sua cultura, estas informações auxiliam principalmente a tomar decisões o planejamento e escolha dos diversos produtos disponíveis no mercado de modo que alcancemos a máxima eficiência diante os objetivos desejados. Existem algumas dicas práticas que auxiliam na escolha de qual produto utilizar na nutrição. Vamos a algumas delas:

  • A escolha do fertilizante deve ser baseada na estratégia de aplicação utilizada pelo produtor;
  • Deve-se considerar a forma e periodicidade de aplicação, fase fenológica da planta e objetivos de desenvolvimento que estão sendo buscados;
  • O produto propriamente dito é consequência dos objetivos desejados;
  • É importante analisar as características físicas e químicas dos fertilizantes para utilizar aquele mais adequado ao sistema de nutrição adotado;
  • É importante analisar as fontes utilizadas na composição do fertilizante final.

Ao utilizar os conhecimentos das características de um bom fertilizante, é possível empregar a fonte adequada e mais eficiente para cada tipo de manejo, de modo a evitar o desperdício de fertilizantes (seja pelo processo de lixiviação, volatilização ou fixação), reduzir os riscos de salinização do solo, além de permitir a compra de um produto ajustado ao seu objetivo de produção. Além do que acabamos de mencionar, existem outros pontos de atenção e correlações a serem consideradas durante a escolha dos fertilizantes, como: a curva de extração da cultura, o manejo dos “4C`s”, a forma de absorção dos nutrientes, a mobilidade dos mesmos no solo e na planta, e os diferentes tipos de fontes disponíveis no mercado, com seus respectivos sinergismos e antagonismos.

Uma boa fonte de nutrição para plantas: entenda o perfil

Como vimos, o conhecimento sobre o perfil da fonte nutricional é uma condição importante para a eficácia e qualidade da nutrição das plantas. Pensando nisso, listamos a seguir as principais características dos produtos que conferem a eles um bom padrão de qualidade:

  1. Granulometria homogênea: o produto possui granulometria similar, sendo uma característica importante para que não haja segregação do material e desuniformidade nas aplicações. Para granulados, atenção ao teor de finos e grânulos com tamanhos discrepantes (os grânulos de tamanhos similares se aglomeram no implemento durante a aplicação e são distribuídos de forma desigual no terreno);
  1. Solubilidade homogênea: dissolução total do produto de forma uniforme, de modo que os nutrientes sejam disponibilizados integralmente no momento de necessidade da planta, sem deixar faixas com densidades diferentes na solução nutritiva;
  1. Livre de insolúveis: sem resíduos físicos que entopem os filtros, gotejadores, plantadeiras, espalhadores, etc.;
  1. Pureza: produtos compostos em sua maior parte por elementos nutricionais e não por materiais inertes;
  1. Livre de elementos tóxicos (Flúor, metais pesados, Cloro): não estabelecendo risco de intoxicação dos solos, plantas e alimentos produzidos;
  1. Compatibilidade: não forma precipitados que podem indisponibilizar nutrientes e entupir os sistemas de irrigação e de aplicação no solo e folha;
  1. Baixa salinidade (Índice Salino): menor potencial de salinização dos solos e não promove estresse nas plantas devido ao aumento da condutividade elétrica;
  1. Condutividade Elétrica dentro dos valores admitidos pela cultura: mantém a premissa de entregar uma solução nutritiva completa e com alta capacidade de absorção de todos os nutrientes, sem causar prejuízos às raízes;
  1. pH próximo da neutralidade ou de acordo com a necessidade técnica: mantém a condição ideal para absorção de todos os nutrientes;
  2. Fontes com elementos prontamente disponíveis e 100% solúveis em água: o que viabiliza o melhor aproveitamento dos fertilizantes pelas plantas (solo, água e folha);
  1. Garantias dos macronutrientes (N, P, K, S, Ca, Mg) e micronutrientes expresso no rótulo de produtos: garante que se conheça a base de fórmulas e as transformações necessárias para que realmente se entregue a quantidade de nutrientes necessária para as plantas; 
  1. Densidade: relação entre massa e volume dos grânulos nos fertilizantes, é importante para cálculo da área de armazenamento, distância de lançamento de grânulos em adubadoras centrífugas;
  1. Fontes com elementos prontamente disponíveis e 100% solúveis em água: melhor aproveitamento dos fertilizantes pelas plantas.

A caracterização do perfil de uma boa fonte de fertilizante envolve muitos detalhes, assim como acompanhamos nos últimos tópicos. Conhecemos eles um a um, entretanto, também é necessário compreender como utilizá-los em nosso dia a dia no campo. Por isso, elaboramos a seguir um conteúdo de dicas práticas, considerando os diferentes contextos relacionados às formas de aplicação e sistemas de cultivo existentes. Confira algumas dicas!

Quando a aplicação for via solo:

É necessário priorizar fontes granuladas que não volatilizem, mesmo que sejam incorporados ou não, como no caso da ureia por exemplo, que pode ter perdas por esse processo. Além disso, a velocidade de solubilização deve ser relacionada com a quantidade de entradas nutritivas a serem efetuadas durante o ciclo. Os fertilizantes que possuem tecnologia NPK em um mesmo grão têm capacidade de maior uniformidade de solubilização, e consequentemente de entrega de nutrientes de forma equilibrada. Outra dica para garantir a uniformidade de aplicação é dar preferência para fontes de fertilizantes com densidades próximas, evitando assim os riscos da segregação dos grânulos no interior das embalagens e dos implementos.

Fontes que entregam 100% do seu teor em nutrientes são mais nobres, e por isso deve-se evitar formulações que são finalizadas com aditivos de baixa eficiência nutricional, conhecidos como enchimentos. Cuidado também durante o armazenamento, no qual deve-se evitar contato com umidade e com o solo, evitando assim o empedramento do produto, processo que prejudica a aplicação. Por fim, deve-se realizar a análise de solo para avaliar a sua fertilidade e fornecer a quantidade justa de nutrientes da maneira mais sustentável possível, de acordo com as necessidades da cultura.

Quando a aplicação for via fertirrigação:

Já para aplicações por meio da água de irrigação, a exemplo da fertirrigação ou sistemas de hidroponia, é de extrema importância que suas fontes tenham alta solubilidade. Este fato, em sinergia às condições de ajuste do pH, garante a manutenção dos nutrientes em suspensão na solução nutritiva e a sua disponibilidade para absorção pelas plantas, além de facilitar o manejo e reduzir chances de entupimento do sistema. Além do que mencionamos aqui, para sistemas fertirrigados deve-se priorizar fontes que:

  • Possuam baixo índice salino, diminuindo os riscos de estresse salino nas plantas, o que pode influenciar na absorção de água, de nutrientes e causar queima de raízes e folhas;
  • Ponto de atenção para a compatibilidade entre os nutrientes de modo a minimizar reações de precipitação no tanque de mistura, o que indisponibiliza nutrientes e entope filtros e gotejadores do sistema.

Como na fertirrigação a reposição de nutrientes é constante, não devemos aplicar nutrientes que ainda deverão ser transformados, a exemplo da ureia, que precisa ser transformada em amônio para assim ser absorvida pela planta. Em contrapartida, o nitrato é uma fonte de Nitrogênio prontamente disponível e possui preferência na absorção pelas plantas. Outro ponto importante é o valor do pH da solução nutritiva, sendo necessário monitorar e proceder o ajuste desse parâmetro constantemente para garantia da disponibilidade total dos nutrientes em solução.

No que tange o fornecimento de micronutrientes, deve-se optar por aqueles que são quelatados, visto que a concepção desta tecnologia confere a maior capacidade de absorção dos nutrientes pelas plantas. Existe no mercado de hidrossolúveis blends ou formulados que são desenvolvidos para entregar uma solução nutritiva completa e equilibrada para a planta, o que de fato também propicia praticidade no manuseio do produtor. Por fim, é importante lembrar de sempre oferecer a nutrição via fertirrigação respeitando a curva de extração de nutrientes das culturas e a diagnose da expressão da planta durante o ciclo.

Quando a aplicação for via foliar:

Para os fertilizantes foliares, os pontos de atenção são bem similares aos fertilizantes para fertirrigação, pois também precisam estar em solução para serem aplicados. De modo geral eles devem possuir:

  • Alta solubilidade, o que irá conferir rápida dissolução no tanque de mistura, agilizando dessa forma a operação de preparo de calda;
  • Devem ser livres de insolúveis para que não haja entupimento do sistema de pulverização;
  • É necessário que o fertilizante foliar seja compatível com produtos agroquímicos, pois assim o produtor terá um melhor rendimento operacional.

Não podemos esquecer também de adequar o pH da calda de pulverização a fim de aumentar a disponibilidade dos nutrientes e reduzir a incompatibilidade de misturas no tanque de pulverização. Como a nutrição foliar tem caráter adicional ou corretivo no programa nutricional, os nutrientes devem ser de absorção rápida para utilização imediata na fase demandada.

A qualidade faz toda a diferença

Após identificar os aspectos que interferem na qualidade desses produtos, é importante ressaltar que esses mesmos aspectos devem ser analisados em conjunto com o tipo de manejo em que ele será aplicado, tipo de solo, clima, custo-benefício, ou seja, todos os fatores que podem influenciar no aproveitamento desses produtos pela cultura.

A SQM VITAS reúne em um amplo portfólio de produtos, diversas soluções nutricionais para diversas culturas, desenvolvidas para as diferentes modalidades de aplicação, como via solo, via água e foliar. Isso tudo, sempre com a preocupação em levar ao campo a excelência em nutrir a vida com performance, a partir de soluções elaboradas com as melhores matérias-primas, conciliando tecnologia na fabricação, alto padrão de exigência no modo de concepção e pureza de seus produtos.